Ray Dalio, um dos investidores mais influentes do mundo, está se afastando da Bridgewater Associates, a gigante dos fundos hedge que ele fundou há 50 anos. Recentemente, Dalio vendeu sua última participação na empresa e deixou o conselho, segundo informações do Wall Street Journal.
Após essa venda, a Bridgewater emitiu novas ações, que foram adquiridas pelo fundo soberano de Brunei. Esse acordo, que envolve bilhões de dólares, resultou em uma participação de quase 20% na empresa. Dalio compartilhou nas redes sociais que está animado em passar o legado da Bridgewater para a próxima geração. “Adoro ver a Bridgewater viva e bem sem mim. É ainda melhor do que quando eu estava por perto”, escreveu ele.
Novos desafios econômicos à vista
Essa venda marca o fim de um capítulo importante na carreira de Dalio. Ele fundou a Bridgewater em um pequeno apartamento em 1975 e, aos 75 anos, já havia saído do cargo de CEO em 2017 e renunciado como presidente no final de 2021. Conhecido por prever a crise financeira de 2008, Dalio tem levantado alarmes sobre novas possíveis crises, alertando para uma crise global da dívida que pode acontecer até o final de 2024.
Em um post recente, ele mencionou que, quando um país acumula muitas dívidas, normalmente a solução passa pela redução das taxas de juros e desvalorização da moeda. “É exatamente isso que eu imagino que aconteça”, destacou. Ele também sugere que a economia dos EUA pode enfrentar um “ataque cardíaco econômico” se o governo não cortar o déficit orçamentário para 3% do PIB.
Investimentos alternativos: Bitcoin e ouro
Com a economia passando por transformações e desafios, Dalio recomenda que os investidores considerem o Bitcoin (BTC) e o ouro como ferramentas para se protegerem em tempos de crise. No fim de julho, ele sugeriu que alocassem até 15% de seus investimentos em Bitcoin ou ouro, uma mudança significativa em relação à sua recomendação anterior, que era de até 2%.
“Eu realmente acho que o Bitcoin é uma invenção incrível”, disse Dalio em seu ensaio sobre a criptomoeda. Ele o vê como uma opção de longo prazo em um futuro incerto, afirmando que estaria disposto a investir um valor que não se importaria de perder, caso o Bitcoin tivesse uma queda de 80%. Embora tenha uma quantidade de Bitcoin, Dalio ainda prefere o ouro como o principal investimento de proteção.
Criticas e desafios em suas previsões
Apesar de sua reputação como um “oráculo do mercado” após prever a crise de 2008, algumas de suas previsões anteriores geraram críticas. Em 1982, por exemplo, ele previu uma grande depressão que não se concretizou e levou a Bridgewater a um caminho complicado. Na época, Dalio admitiu ter estado “completamente errado”, um erro que quase levou sua empresa à falência.
Enquanto ele aponta os Estados Unidos como um país que pode estar caminhando para uma crise, críticos sugerem que as falhas em suas previsões se devem a generalizações excessivas e falta de clareza. As incertezas sobre a economia global continuam, e as opiniões sobre suas análises são variadas.
